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VI FÓRUM DE IMIGRAÇÃO

Dia 02 de Dezembro – Terça-feira

Café – 09h00 às 09h30

Painel da Manhã – 09h30 às 12h30

Danubia de Andrade Fernandes (ECO-UFRJ): Me conte a sua estória: feminismo e perspectiva de gênero nos estudos migratórios.

Resumo: No contexto de uma investigação de tese sobre as modalidades de representação de mulheres brasileiras, negras e migrantes nos jornais da Europa, gostaria de precisar a importância e o papel da execução de entrevistas com brasileiras que vivem ou viveram em distintas cidades deste continente. Em outros termos, o intento primeiro deste estudo é abordar as motivações e os preceitos teórico-metodológicos que organizaram as entrevistas em profundidade com aquelas que estão diretamente envolvidas na análise. Acredito que a necessidade de garantir um lugar de fala legitimado para estas mulheres está em convergência tanto com perspectivas do movimento feminista negro, quanto com uma vertente que analisa gênero nos estudos migratórios.

Gislene Santos (IFCS-UFRJ): O transnacionalismo migratório tem limites: o lugar do Estado neste contexto

Resumo: Apresentação dos acordos internacionais e o regional (Mercosul) para a migração internacional – o que temos conquistado institucionalmente, os atores supranacionais e o limite da aplicabilidade. No caso regional, atentamos a uma a situação especifica: o documento fronteiriço. O que é, como e quando surgiu no Brasil, quais os estados que o aplicam e, no cotidiano dos migrantes fronteiriços, como este documento é utilizado. Números sobre a circulação (no Brasil) da população em área de fronteira internacional mostram que este documento, apesar de ser um direito, mas nem sempre aplicado.

Patrícia Pimenta (Consultora Intercultural): Migração haitiana: socialização e cidadania comunicativa nas redes sociais.

Resumo: Discutir o fluxo migratório estabelecido entre Haiti e Brasil a partir de 2010 considerando aspectos característicos da diáspora haitiana e suas manifestações nas redes sociais. Em um primeiro momento, trata-se de questões específicas do movimento migratório de haitianos no mundo. Na sequência, é apresentado o contexto em que se dá o fluxo migratório para o Brasil. Por fim, aborda-se a presença desses migrantes em uma rede social – o Facebook – e os usos possíveis das comunidades virtuais que aí se estabelecem, em particular no que diz respeito a promover a socialização e possibilitar uma experiência de cidadania comunicativa.

João Renato Benazzi (ECO-UFRJ): A Festa de Na. Sra. de Achiropita (SP): a italianidade à brasileira em uma festa de comida de rua.

Resumo: A Festa de Nossa Senhora Achiropita, realizada anualmente na cidade de São Paulo (SP) é organizada em torno do consumo de comida de estilo italiano. Em 2014 foi realizada sua edição número 88 e, hoje, se configura como uma grande celebração de toda uma comunidade organizada em torno da Igreja devotada à referida santa. A festa é marcada por uma forte italianidade à moda brasileira, um discurso do que é o estilo italiano na visão de brasileiros a partir do consumo de comida de rua, das atividades religiosas e dos eventos de diversão que norteiam as atividades desenvolvidas durante a festa. O foco da apresentação priorizará as formas como a comida é apropriada por três públicos distintos: pelos organizadores da festa, pelos voluntários que ali trabalham e pelos festeiros que consomem a comida.

Silvia Montenegro (CONICET, Argentina): Escolas árabes na “Tríplice Fronteira”: projetos de reprodução cultural e diferenças geracionais entre imigrantes libaneses.

Resumo: A presença libanesa na fronteira brasileiro-paraguaia se inicia entre as décadas de 50 e 60 com a chegada de um reduzido número de “pioneiros” e consolida-se a partir da segunda metade da década de 80 com a chegada de novos imigrantes cujos descendentes, nascidos do lado paraguaio e brasileiro da fronteira, também compõem a comunidade. Levando em conta as diversas experiências geracionais, este trabalho analisa os projetos institucionais educacionais que visam a reprodução da identidade cultural e religiosa da comunidade. Nesse contexto, as três escolas árabes (duas em Foz do Iguaçu e uma em Ciudad del Este) são espaços privilegiados para a análise da produção de narrativas e imaginários sobre as continuidades e fronteiras culturais entre as sociedades de origem e destino, assim como das diferentes expectativas sobre o futuro da comunidade.

Almoço – 12h30 às 14h30

Painel da Tarde – 14h30 às 17h30

Camila Daniel (ITR-UFRRJ): Migrações sul-sul e Dinâmicas migratórias de peruanos no Rio de Janeiro.

Resumo: A saída de peruanos do Peru assumiu grande destaque no cenário nacional principalmente a partir da década de 1980, quando deixou de ser uma opção apenas para as elites e se tornou uma alternativa para peruanos de todas as classes, profissões e locais de origem. Apesar dos países do hemisfério norte ser os destinos mais desejados, os peruanos que decidiram sair do Peru não deixaram de considerar as condições econômicas, políticas e jurídicas que cada país poderia lhe oferecer. E assim, o Brasil surge como um destino em potencial, contrariando as rotas mais percorridas pelos peruanos, que seguem rumo aos EUA e Espanha, no norte, ou Argentina e Chile, no sul.

Antonio Andrade (CEO do Bolívia Cultural): Bolívia Cultural: uma experiência.

Resumo: A missão do site Bolívia Cultural é contribuir na promoção para a “construção da paz”, promover o desenvolvimento sustentável e o diálogo intercultural, através da educação, ciências, cultura e informação. A Organização concentra em particular as prioridades globais: igualdade de gênero, promoção da família e valorização do diferente.

Agnes Christian (PUC-Rio): Questões penais para estrangeiros.

Resumo: Levantamento de números, estatísticas e realidades além das mudanças da execução de presos estrangeiros e o papel dos acordos de intercambio firmados entre universidades estrangeiras. O exemplo prático da PUC-Rio e o grande aumento de alunos que vêm para estudar no Rio de Janeiro e acabam ficando no Brasil – o que implica processos de vistos, naturalização etc.

Diana Thomaz (PUC-Rio): Trajetórias invisíveis: Vidas de imigrantes portugueses na Primeira República.

Resumo: A migração haitiana para o Brasil está perto de completar meia década e estima-se que até o final do ano teremos cerca de 50 mil migrantes haitianos no país. Apesar de se tratar de um deslocamento recente e de dimensões relativamente modestas, esse movimento migratório se mostrou de importância crucial para se pensar a política migratória no Brasil, ao mesmo tempo em nos ajuda a refletir sobre a política de mobilidade dentro do contexto global contemporâneo. A apresentação destacará a questão da categorização dos migrantes haitianos dentro do campo “humanitário”, buscando questionar as implicações políticas de se operar uma separação entre a categoria dos “refugiados” e daqueles que migram por motivos humanitários.

Camila Escudero (ECO-UFRJ): Identidades culturais reais e simbólicas nos jornais de imigrante do arquivo da Biblioteca Nacional.

Resumo: O Acervo de Periódicos da Biblioteca Nacional reúne, entre milhares de itens, jornais, boletins, revistas e demais veículos impressos voltados para imigrantes, ou seja, publicações feitas por colônias e comunidades de estrangeiros destinadas a seus próprios integrantes. Tratam-se de publicações que fornecem elementos ao seu leitor que propiciam um contato direto com suas raízes e origens por meio de seu conteúdo – seja pelo idioma em que é escrito, seja pela etnia ou nacionalidade às quais está intimamente ligado. Assim, propomos verificar no conteúdo desses jornais assuntos representados que favorecem a identidade cultural da nacionalidade envolvida e saber se, ainda nos dias de hoje, essa identidade (real ou simbólica) é reconhecida pelos membros da comunidade, é o principal objetivo deste trabalho.